domingo, 11 de maio de 2008

UM BEIJO DE DESPEDIDA

Um beijo de despedida


Existem muitas maneiras de se despedir, aqueles que se amam, se abraçam, se beijam, até choram quando não tem outro jeito senão ficar longe um do outro por menor que seja o tempo voltando correndo pra ser feliz.
Outras pessoas saem como quem fossem até o portão e só voltam uma semana depois e chegam como se tivessem estado por ali o tempo todo.
Você nem se despede mais quando percebo já foi novamente, a sua ansiedade e felicidade pra ficar longe é tão visível e declarada com palavras:
"Graças a Deus vou ficar a semana inteira fora".
Não temos a agenda dos nossos destinos, cada dia, cada hora só a ela pertence e tem o que nos está reservado, só ela sabe o que nos espera a cada segundo de vida.
Às vezes esse olhar de ódio como despedida ou essa felicidade visível por ir ao encontro de seus instintos pode ser a última lembrança desse coração tão machucado que você tem se sentido muito feliz em picar em pedaços cada vez menores para que fique cada vez mais impossível remendá-lo e acreditar na sua mudança.
Um beijo de despedida, ousei pedir, seu ataque defesa disparou:
"Se eu morrer você será avisada", seu egoísmo não te deixou ver que eu estava falando de mim, tenho morrido mais que as 24 horas a cada dia toda vez que se vai principalmente dessa maneira.
Existem despedidas mais dolorosas do que aquela que nos retorna ao pó, as despedidas da vida que se esperou ter, dos sonhos, da esperança, é uma dor tão inexplicável e tão difícil de entender e aceitar; o vazio que ela deixa não é o da fatalidade a qual nada podemos fazer mas das atitudes premeditadas, das fraquezas, da falta de coragem e vontade e o mínimo de humildade e humanidade de quem tem a solução nas mãos mas tem prazer em fazer sentir menos que um verme.

Dora Rose Myqeluz - 17/01/2001

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